OBSERRA
Vivência Astronômica
Ainda hoje ouvimos algumas pessoas se referirem ao céu como Firmamento, que significa firme, duro. Essa ideia está intimamente ligada às primeiras tentativas de explicar a natureza do espaço sideral. Tinha-se a impressão de que o céu era logo ali, bastava subir no ponto mais alto do planeta que seria possível tocá-lo. E ele seria firme e duro. Mas, logo surgiram as medidas da distância entre a Terra e a lua, depois da Terra ao sol e o firmamento foi ficando cada vez mais longe.
Contemplar o céu noturno é uma prática transtemporal que fascina leigos e pesquisadores de diversos povos do planeta. Há registros de conhecimentos gerados pela civilização Maia, pelos Povos Indígenas, pelos chineses e pelos europeus. Podemos associar diversos avanços importantes na nossa espécie com os conhecimentos astronômicos, desde a relação entre a agricultura e os astros até a relação entre as navegações e orientação espacial (usando os padrões nos astros). Até mesmo em textos teológicos como a bíblia cristã é possível encontrar trechos baseados na observação das “esferas celestes”.
Ao propormos uma Vivência Astronômica para um público diverso, tendo como pré-requisito a curiosidade, temos como objetivo possibilitar a troca de conhecimentos entre os participantes e de estimular a busca pelo conhecimento científico para a resolução de problemas relacionados com a astronomia.
Durante a vivência abordamos temas como a diferença entre uma estrela e um planeta, heliocentrismo, o eixo de inclinação da Terra e sua relação com as estações do ano, a importância dos estudos de Galileu usando o telescópio, diferença entre constelação e aglomerado, o porquê do zodíaco ter tanta fama e como se orientar usando os padrões que existem no céu noturno. Usamos recursos didáticos variados com metodologias mais ativas para o Ensino de Astronomia. Bolas de isopor, lanterna, laser, dinâmicas e jogos, aplicativos e o telescópio fazem parte desta experiência.
Entendemos que a beleza do céu noturno pode e deve ser contemplada a olho nu. Há muito a aprender com esse tipo de observação, entretanto a observação de planetas e da lua com o auxílio de um telescópio refrator encanta e motiva qualquer participante. A primeira vez que vimos os anéis de Saturno, as luas de Júpiter e Vênus em fase foram inesquecíveis pra gente e pra todas aquelas pessoas que mostramos em nossas experiências. Durante o curso, chamamos a atenção para a importância social que as luas de Júpiter tiveram, bem como as publicações de Galileu em italiano. Isso promove boas conexões inter e transdisciplinares.
Contamos também com a oficina de Astrofotografia, em que as pessoas poderão aprender a configurar suas câmeras e tirar suas próprias fotos. Nesse momento estaremos relembrando e aprofundando conceitos como constelação, aglomerados e galáxias, afinal quando a gente mira uma câmera para o céu, podemos ter simplesmente uma foto cheia de pontinhos brilhantes. Entretanto, cada astrofotografia pode ter sua história e seus significados.